A visita do papa Francisco ao Brasil nos dá um grande e real
exemplo sobre aquilo que pregamos e cobramos, mas não praticamos. O papa quer
ouvir a voz da população, ter um contato pessoal e verdadeiro com as pessoas,
não quer regalias nem ditar ordens de comportamento. O papa quer apenas que
vivamos de acordo com a nossa natureza humana, respeitando os limites e as
regras de conduta apresentadas pelo nosso Criador. Diferente dos políticos e
também dos cidadãos que enxergam a simpatia partidária ou cor de camisa, o papa
olha os brasileiros não como adversários políticos ou rivais esportivos, mas
como irmãos que devem andar juntos no caminho do bem comum, da solidariedade,
do desapego. Quando o papa dispensa o luxo de quartos, comidas em extravagância
ou blindagem para sua segurança, dá um “tapa na cara” dos oportunistas e
representantes da população que se acham no direito de exigir regalias e
utilizar dinheiro público como se estivessem fazendo um favor ao contribuinte. O
papa Francisco veio para servir e não ser servido, “não trouxe ouro nem prata”,
mas uma mensagem de paz e amor aos jovens do mundo inteiro, pois sabe que eles
serão o futuro do mundo e precisam estar bem preparados para assumir grandes
missões. Mas quem irá preparar os jovens e dar-lhes condições de assumir
grandes missões? O papa disse em seu primeiro discurso no Brasil que “a nossa
geração se demonstrará à altura da promessa contida em cada jovem quando souber
abrir-lhe espaço...oferecer a ele fundamentos sólidos...garantir-lhe segurança
e educação...transmitir-lhe valores duradouros...assegurar-lhe um
horizonte...”. Autoridades públicas (pelas escolas, segurança, transportes,
saúde), professores (pelo ensino), pais (pelo exemplo), todos somos
responsáveis pela educação de qualidade de nossos jovens e pelo futuro de nosso
país. É interessante notar que, sempre ao recebermos alguma visita ilustre,
queremos deixar uma boa impressão ao convidado, oferecendo o melhor dormitório,
a culinária favorita da região, segurança top de linha, percebemos a limpeza
das ruas e praças e recapeamento das vias de circulação de veículos, abafamos
potenciais manifestos, enfim, estendemos um tapete vermelho para uma cerimônia
irreal e única. O papa não quer nada disso para ele somente, mas sim para todos
e em todos os dias. Para que esse sonho se torne realidade e na próxima visita
do papa não ocorra a necessidade da correria para maquiar os problemas diários
que enfrentamos, é necessário que o dinheiro público ganho com o suor dos brasileiros
seja respeitado e direcionado para as
maiores necessidades, sem ter que passar nas mãos de intermediários que pegam
uma fatia para financiar futuras campanhas eleitorais ou pagar obras
superfaturadas como os estádios da Copa do Mundo. A mensagem que o papa
Francisco procura passar para nós é de que o atendimento vip que se dá a uma
autoridade nos hospitais deve ser o mesmo atendimento direcionado a um
brasileiro que ganha o salário mínimo; a escola pública que atende os jovens da
periferia deve ter a mesma qualidade das escolas particulares que ensinam os
filhos de empresários ricos e poderosos; a segurança que protege o presidente e
os governadores deve ter a mesma eficácia ao defender os mais pobres; as vias
de circulação liberadas e recapeadas para o papa tenham a mesma qualidade para
os trabalhadores, estudantes e famílias que necessitam de um trânsito mais
rápido e seguro; a comida servida a atletas de elite sejam as mesmas servidas
às nossas crianças nas creches; o julgamento e cumprimento de pena dado de
forma rigorosa a um “ladrão de galinha”, seja a mesma dado a um corrupto. Nada
impossível e que não esteja ao alcance de nossas autoridades, pois dinheiro há
e muito para isso, basta ser transparente, honesto, ético e responsável. O papa
nos ensina que as pessoas do bem se distinguem não pelo poder ou prestígio, mas
pelo serviço em prol da coletividade. Quando abre as portas para os jovens,
cobra dos políticos e empresários que façam o mesmo e deem a mesma oportunidade
e voto de confiança aos que estão iniciando a vida profissional. O papa nos
ensina que a todo momento estamos frente a frente com o bem e com o mal e que a
nossa decisão pode mudar o mundo para melhor ou pior. O papa nos pediu para mantermos acesa a chama
da esperança, da alegria e deixarmos nos surpreender por Deus. A semente foi
plantada, depende de nós cuidar dela para que possamos colher bons frutos.
Vereador Rodrigo Luis Silva – DIGÃO – PSDB
Boa noite
ResponderExcluirEntre outras,"regalias",desapego ao dinheiro,simplicidade...porém,ao citar o Papa,vejo contradições nas atitudes de todos os vereadores.Em 07/08/2013,aumento novamente para os vereadores,de 6%.Em maio último,6,8%.O dinheiro é público,e infelizmente vocês não estão seguindo as palavras do Papa,e muito menos,as "vozes dos cidadãos".A teoria é linda,mas...
Eugênio