Uma frase que se encaixa bem na linguagem política é a seguinte: “prometo, mas vou ficar devendo”. Serve para todos nós, mas principalmente para os políticos que, muitas vezes, fazem uma afirmação no presente sabendo que não vai cumprir no futuro. Leia novamente a frase e analise palavra por palavra: Prometo (presente); mas (não vai dar certo...); vou (futuro); ficar (não vai dar em nada); devendo (assumiu o calote). Na realidade, a frase acima está na mente do homem público que é cobrado, porém, na fala, pronuncia-se somente a palavra “prometo”, sendo que, o restante da oração (mas vou ficar devendo) está no pensamento. Resumindo, o autor da frase promete algo sabendo que não irá cumprir. E deixar de assumir a responsabilidade pelos próprios atos e compromissos é uma constante em Taubaté e se tornou tão normal, quase um padrão, que o povo já não acredita mais em promessas. E para tirar o corpo fora quando questionado e dar uma desculpa esfarrapada, nomeia-se um porta-voz, geralmente de fora, que não tem compromisso com Taubaté, para falar aquilo que o chefe manda. Outro recurso utilizado é transferir a culpa (... a empresa contratada não cumpriu; a chuva atrapalhou; a verba do Governo Estadual não chegou...). Anota-se um prazo, prorroga-se e, como diz o Kiko do seriado Chaves, “não deu”. Promessas são constantes em épocas de eleições ou para abafar uma crise instalada por meio de denuncias ou revolta popular. O exemplo mais recente é sobre o aumento da tarifa do transporte público em Taubaté. Quando da renovação do contrato de concessão, foi prometido novas linhas de ônibus, coberturas nos pontos de espera, GPS, integração do sistema. Para abafar uma possível manifestação e talvez tentar justificar o aumento, o Secretário de Governo anunciou para a imprensa falada e escrita que até o final do primeiro trimestre de 2012 serão implantados diversos projetos de melhorias no sistema de transporte público, entre eles a implantação do sistema integrado, a criação do Cartão Rápido Cidadão, melhorias nas vias de passagem, etc. Mas isso tudo já não foi prometido antes? Há um novo dia no calendário dos políticos que exercem a principal função no executivo: DIA DE SÃO NUNCA.
Vereador Rodrigo Luis Silva - DIGÃO - PSDB