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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

TAUBATÉ PRECISA DE UM NOVO PADRÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Há anos que a cidade de Taubaté adota um padrão de obras públicas que não acompanha as inovações da engenharia moderna e foge completamente dos estilos culturais e das formas harmônicas do passado. Nossas escolas e creches são construídas com blocos que ficam à vista e chão de cimento batido; praças com bancos sem encosto pintados com cal, um playground, algumas mudas de árvores plantadas e não cuidadas com o devido carinho por funcionários da prefeitura. Os postos de atendimento médico seguem o mesmo padrão barato e feio, sem uma sala de espera aconchegante, bancos de cimento ou madeira, iluminação precária. As quadras poliesportivas parecem mais um barracão para encontro de atletas amadores, com vestiários pequenos, quadros de energia insuficientes para cargas maiores, falta de almoxarifado e secretaria para reuniões. Tanto é verdade que o time de vôlei de Taubaté está jogando e treinando no clube Abaeté. No ano de 2011 visitei algumas casas construídas pela prefeitura no Parque Ipanema e fiquei assustado com a péssima qualidade das obras. É difícil acreditar que estamos vivendo em um novo milênio, se as construções de obras públicas pararam no tempo, no espaço, na criatividade e na segurança. E por falar em segurança, dificilmente um motorista acessa uma rotatória em Taubaté sem pensar duas vezes se tem a preferência ou não. Só conseguirá fazer o retorno se passar por cima de uma calçada que faz parte da mesma, pois o espaço é pequeno e inseguro. Quem projetou as rotatórias nas avenidas de Taubaté deve ter feito as medidas nos pés, encostando um no outro e contando o resultado final para ser colocado no projeto. Se duas pessoas diferentes fizeram as medidas, uma com calçado 38 e outra 42, não tem como acertar uma. Muitos dos serviços são realizados por empresas terceirizadas e a impressão que se tem é de que não há compromisso com a qualidade e segurança. Antigamente, quando as obras eram realizadas por servidores públicos municipais, o cuidado com a qualidade era bem maior e não havia tanto desperdício. A construtora responsável pela entrega dos serviços de asfalto do Residencial Portal Mantiqueira, que foram aceitos pela administração pública municipal, deve ter vergonha e medo de passar pelas vias do local, tamanho a quantidade de buracos, verdadeiras crateras que prejudicam os automóveis, incomodam e causam indignação nos moradores. Quando o pronto-socorro localizado no CECAP II foi entregue à população em período eleitoral (2008), era visível a utilização de materiais de segunda ou quinta categoria. Visite o local e confira se estou falando mentira. E a revitalização das Praças Dom Epaminondas e Santa Terezinha? Na Praça Santa Terezinha parece que trocaram seis por meia dúzia. As fotos antigas da Praça Dom Epaminondas mostram que realmente existiu uma praça no local. Hoje parece mais uma área de passagem de pedestres apressados em voltar para casa. Praças com formas harmoniosas e artísticas; escolas, creches e postos médicos com piso frio, azulejos, pintura clara; quadras poliesportivas com boa iluminação e toda estrutura necessária para receber eventos; rotatórias bem sinalizadas e com espaço suficiente para os motoristas são serviços básicos que a população pede. Obras públicas são feitas com o dinheiro dos nossos impostos. Não sou contra a construção de novas benfeitorias para a população, mas precisamos exigir o mínimo de viabilidade, qualidade e conforto, caso contrário, estaremos jogando dinheiro público no lixo. Se a ideia é ser prático e econômico em um projeto de nova benfeitoria pública, “que seja eterno enquanto dure”, como escreveu Vinícius de Moraes em seu Soneto de Fidelidade ou como canta Netinho: “...Que dure para sempre. Que venha abençoado por Deus. Que seja diferente”. Obras públicas fazem parte do patrimônio municipal, pertencem ao povo que pagou pelo serviço e tem livre acesso às dependências, dentro de uma ordem e civilidade. Mudanças são necessárias e sobrevive quem se adapta às novas mudanças, pois como diz um ditado popular bastante empregado nos dias de hoje: a fila anda.

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