Digão critica Prefeitura por efetuar compras e pagamentos irregulares

O vereador Rodrigo Luís Silva “Digão” (PSDB) expôs na Câmara Municipal, ao usar a tribuna na sessão do dia 4, o empenho (reserva orçamentária) da Prefeitura de Taubaté, divulgado pelo Portal da Transparência, para pagamento de R$ 428.388,27 à empresa Home Care. Ele informou que o contrato de fornecimento de medicamentos para o município foi rompido em 2008, e a empresa foi denunciada ao Ministério Público Federal, além das ações populares e o pedido de Comissão Processante na Câmara Municipal.
Digão afirmou que o prefeito “está contando com a sorte” e relembrou que o município não tem o direito de pagar por um serviço que não foi contratado. Sugeriu que o dinheiro empenhado fosse investido na reforma do Pronto-Socorro, nas melhorias solicitadas pelos alunos do Centro Paula Souza ou no monitoramento de segurança do centro.
“Estamos encaminhando essa documentação de novo ao Ministério Público Federal, porque ainda não foi pago, e tem a chance de o prefeito segurar isso. Ele está perdendo a noção das coisas, porque respeito pela população já perdeu há muito tempo.”
Segundo o parlamentar, essa verba poderia ser usada de outra maneira, ajudando o asilo Casas Pias ou a Apae (Associação de Pais e Amigos de Excepcionais), por exemplo. “A Casa São Francisco não estava recebendo repasse, mas, para pagar a Home Care, aparece empenho para tudo. É desesperador.”
“O Brasil tem conserto, mas as leis têm que valer. Tem que se fazer uma reforma no sistema, porque esses descasos e essas coisas erradas vão continuar acontecendo e nada vai ser feito. Quando a população se une e se fortalece consegue ser ouvida pela Prefeitura. Imagina o que aconteceria então se a população inteira se reunisse na porta do PS e parasse tudo por lá!”
Outro descaso exemplificado pelo vereador Digão foi a promessa de integração de ônibus da ABC Transportes pelo bilhete único, que deveria ter saído em março. Ele criticou a falta de manutenção dos pontos de ônibus e sugeriu uma campanha de adoção de ponto de ônibus junto à iniciativa privada.
“Não tem dinheiro, porque aqui em Taubaté o dinheiro sai pelo ralo”, afirmou, citando o pagamento de R$ 22 mil à banda Matuto Moderno. Digão disse ter entrado em contato com a banda, que ofereceu o serviço musical por R$ 7 mil, e afirmou que gostaria de ser músico para prestar serviços em Taubaté.
“A Câmara tem que tomar uma atitude enérgica contra esse governo que vem zombando da cara dos vereadores, porque tudo o que eles fazem, a gente aceita. A gente fala, tem provas, mas não é feito nada. Infelizmente vivemos numa cidade em que a administração não tem respeito algum pela população, em todos os segmentos: educação, saúde ou transporte.”
O vereador frisou que a Câmara deve se unir e tomar uma atitude drástica contra a administração e disse que a revolta não é só dele, mas da população.